Praticamente todas as
mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a
gravidez. As mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de queixas
musculoesqueléticas, principalmente lombalgia. Já
foi demonstrado que
um programa de exercícios executado três vezes por semana durante a segunda
metade da gravidez parece colaborar na redução da intensidade das dores
lombares, aumentando também a flexibilidade da coluna.
A atividade física
aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do
condicionamento, além de reduzir riscos de diabetes gestacional, condição que
afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma
melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à
insulina.
A prática de
exercícios acarreta riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta,
criando um estado de hipóxia para o feto.
Contra indicações de
exercício durante a gravidez
O exercício regular é
contra indicado em mulheres com as seguintes complicações:
Contra indicações
absolutas
Doença miocárdica
descompensada
Insuficiência
cardíaca congestiva
Tromboflebite
Embolia pulmonar
recente
Doença infecciosa
aguda
Risco de parto
prematuro
Sangramento uterino
Isoimunização grave
Todas as mulheres que
não apresentam contra indicações devem ser incentivadas a realizar atividades
aeróbias, de resistência muscular e alongamento.
De acordo com as
publicações do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG)
(ARTAL; O’TOOLE, 2003), o exercício regular promove
benefícios para a
saúde e, praticado durante a gravidez, pode afetar a saúde da mulher para o
resto da vida. Os exercícios físicos podem ser realizados por gestantes sedentárias,
atletas ou com um estilo de vida ativo, e até por aquelas com complicações
médicas e obstétricas. Apesar de apresentarem mudanças anatômicas e
fisiológicas, há poucas instâncias que impedem a prática de exercícios por mulheres
grávidas.
Segundo Finkelstein
et al. (2004), a atividade física no período gestacional é recomendada mediante
ausência de qualquer anormalidade, após uma avaliação médica especializada. O
exercício físico deve ser prescrito por um profissional de educação física a
fim de controlar qualquer variável ou sintoma gravídico para evitar, prevenir
ou sanar complicação ou doença.
Antes de começar a orientar
uma gestante seria bom estudar um pouco, é simples prescrever exercícios para
gestante, não é um bicho de sete cabeças, porem ela agora são duas.
Algumas considerações
devem ser levadas em conta:
A gestante pode
apresentar queixas de desconfortos, dores ligamentares e articulares. Caso isso
ocorra, elas devem ser consideradas, e os exercícios, reavaliados. As dores
lombares e pélvicas são comuns durante a gestação, exercícios para essas áreas são
sempre bem vindos, sem excessos para não aumentar a dor. Os exercícios resistidos
devem ser realizados de maneira lenta e controlados.
Durante os exercícios
caso haja incômodos deve diminuir carga, repetições e series alternar
grupamentos musculares e exercícios para não sobre carregar a musculatura e
articulação e não realizar exercícios para a região em que há queixas.
Quando os exercícios
forem decúbito dorsal, segue uma explicação fisiológica, com o crescimento do útero
e do concepto, há um aumento do peso dos órgãos, que nessa posição pressiona a
veia cava inferior diminuindo o fluxo sanguíneo o retorno venoso sendo muito
prejudicial. O ideal é posicionar a gestante com uma inclinação de 20 a 30º.
Veia cava inferior.
Prof. Esp. Pablo Nascimento
Referências de Estudo:
Natália Oliveira;
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP);
Gravidez e Exercício.
1. Renata Alves Azevedo; Márcio Rabelo Mota; Alessandro de Oliveira Silva;
Renata Aparecida Elias Dantas;
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).
Exercício físico durante a gestação:
uma prática saudável e necessária.